Velhice e solidão: implicações a partir da construção da noção de risco

Autores

  • Jean Gajardo Jauregui Universidad de Chile

Resumo

O envelhecimento da população supõe desafios particulares na busca de bem-estar das pessoas idosas. A solidão é um fenômeno de crescente relevância na investigação e nas políticas públicas relacionadas com a velhice e o envelhecimento, devido à sua relação com uma etapa da vida associada a perdas sociais e à sua influência na saúde mental da pessoa idosa. Este ensaio busca refletir sobre a solidão situada na velhice a partir de diferentes racionalidades do conceito, como categoria de classificação cultural e epidemiológica e as implicações que esta pode ter na definição de políticas e estratégias para sua abordagem. É enfatizada a obtenção de uma racionalidade da solidão a partir da construção cultural do risco e subjetivação do dano, sobre a noção medicalizada do fenômeno como síndrome ou fator de risco epidemiológico. Finalmente, propõe-se a consideração de cenários de construção cultural para a racionalidade da solidão na velhice e discute-se sobre considerações para sua medição e sua abordagem no marco de uma racionalidade enquadada numa epidemiologia cultural.

Palavras-chave:

solidão, velhice, envelhecimento, risco, cultura